RELAÇÕES DE SENTIDO ENTRE O SABER E O FAZER DOCENTE NO USO DE RECURSO DIDÁTICO
Resumo
Esta pesquisa situa-se no campo de identidades de professores e tem como foco a (re)construção identitária de professores de língua inglesa em suas relações com o livro didático. As justificativas para o estudo de tal tema pautam-se em três fatores: fator existencial - pelo grande papel que o livro didático assume no contexto escolar; fator histórico, pois, no que diz respeito ao envio de livros didáticos pelo Estado à escola pública, somente em 2011, pela primeira vez, o Ministério da Educação (MEC) subordinou a compra dos livros didáticos de inglês inscritos no Programa Nacional do Livro Didático (PNDL). Dessa forma, os livros passaram por uma avaliação prévia e foram enviados aos professores, a fim de que escolhessem com qual material desejariam
trabalhar, caracterizando-se como um marco histórico. Tal acontecimento instigou-me a
saber e dar a conhecer como isso foi significado pelos professores, especificamente com
respeito ao livro didático ou essa presença do livro didático, de modo a materializar o terceiro fator pelo qual justifico a relevância dessa investigação – o fator reflexivo. A linha teórica que subsidiou as reflexões traçadas foi a Análise do Discurso de linha francesa, especialmente, referencial teórico foucaultiano quanto a articulações entre saber e poder. Participaram da pesquisa sete professores de língua inglesa de quatro escolas públicas da cidade de Maringá-PR, respondendo a questionários, entrevistas e conversa entre pares. Como resultado, assevero existir relação dialética do professor com o livro didático, ou seja, os discursos dos profissionais em foco permitiram interpretar duas polaridades na relação entre ambos, ora sinalizando a relação dos professores com o livro didático por seu uso, na qual esse instrumento constitui-se como
objeto disciplinar, ora por ousadia, minimizando-o como instrumento único de poder.