O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E OS RECURSOS DIDÁTICOS DISPONÍVEIS AO PROFESSOR
Resumo
O presente texto apresenta uma discussão sobre identidades de professores de inglês na sua relação com o livro didático. Nossa escolha por esse foco de estudo motivou-se pelo grande papel que o livro didático assume no contexto escolar. A ponte entre discurso, professor e alunos se dá em sala de aula, muitas vezes, por meio desse instrumento de ensino na escola. O livro didático figura, em muitos casos, como o principal material de leitura e escrita; como única ou principal fonte de informação (FREITAG et al. 1987; CORACINI, 1999); como elo do encontro entre o aluno e a instituição educacional (NORLUND, 2007). Tal fato aumenta a responsabilidade que deve ser imposta ao livro didático no contexto escolar como elemento a "promover a reflexão e a autonomia dos educandos, assegurando-lhes aprendizagem efetiva e contribuindo para fazer deles cidadãos participativos" (BRASIL, 2006). Por essas razões, o livro didático tem sido objeto de estudos e reflexões de pesquisadores e educadores, despertando debates e controvérsias a respeito de seu uso. Nesse viés, duas posições se fazem presentes no discurso acadêmico: o do professor reprodutor e do professor autônomo, instaurando-se a imagem de que o “bom” professor é aquele que não segue fielmente o material, mas que tem autonomia em seu gerenciamento. Diante disso, indagamos, qual é a memória do professor sobre o livro didático? Que discursos são produzidos pelos professores sobre o livro didático e como estes constituem sua identidade? Esses são alguns questionamentos que nos instigam a trilhar o presente estudo. Para tanto, selecionamos uma das questões provenientes de uma entrevista realizada com sete professores de inglês de escolas públicas de uma cidade no noroeste do Paraná, no ano de 2011, a fim de analisar as sequências discursivas[1] obtidas sob a luz da Análise do Discurso francesa. O capítulo organiza-se da seguinte forma: em um primeiro momento, apresentaremos uma contextualização teórica sobre a língua dentro da perspectiva discursiva; em um segundo momento, aspectos sobre o conceito de identidade; e, por fim, a análise e conclusões a que chegamos por meio da interpretação dos dados.