A VISÃO DOCENTE ACERCA DO SEU PRINCIPAL INSTRUMENTO DE TRABALHO
Resumo
Ao considerar a relevância do livro didático no contexto escolar e, por isso, as várias discussões e debates entre pesquisadores e educadores acerca de seu uso, torna-se salutar estudo que discuta posicionamentos de professores nas relações com esse instrumento. Acreditamos que as relações estabelecidas são frutos do que o professor tem internalizado a respeito desse instrumento de trabalho, as memórias, as vivências com ele vão dando tonalidades de como tal material constitui processos de ensino-aprendizagem. Diante disso, indagamos: quais são as memórias – remotas – do professor sobre o LD? Que discursos são produzidos pelos professores sobre o LD e como estes (re)constituem suas identidades? Desse modo, seja como material de apoio seja como material exclusivo em sala de aula, o LD é parte integrante do contexto escolar. As relações do professor/aluno com o ensino-aprendizagem de língua são cerceadas por esse instrumento de ensino, figurando como material de pesquisa ou como direcionador de conteúdos/atividades trabalhadas em sala de aula. Assim, neste artigo procedemos a reflexões acerca de discurso de professores de língua inglesa, de escolas públicas de uma cidade no noroeste do Paraná, sobre o livro didático, analisando os enunciados que permitem sustentar posições fortalecedoras do livro, configurando-o como objeto disciplinar. A linha teórica que subsidiou a análise dos dados foi a Análise do Discurso de linha francesa, especialmente, estudos de Foucault no que diz respeito a saber e poder disciplinares. Para tanto, traçamos um paralelo entre o LD como objeto disciplinar e o professor como sujeitado a ele.