RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL

Autores

  • Ana Lúcia Kraiewski
  • Dagmar Cortez da Silva

Resumo

Durante o estágio supervisionado, foi possível acompanhar a necessidade de uma
análise mais aprimorada pelo departamento de Serviço Soc ial na áre a hospitalar, na
condição de uma paciente com histórico de vários internamentos por questões de saúde e
higiene.
Os primeiros dados verificados pela Assistente Social do Hospital (supervisora de
campo de estágio) é que se tratava de paciente c om mais de 65 anos, sexo feminina,
residência fixa, pensionista, portadora de Diabetes Crônica. Outro dado relevante
identificado foi que a paciente reside sozinha.
Devido sua condição de saúde, atualmente
está dependendo do apoio de vizinhos
para lhe auxi li a r com as tarefas diárias, como a alimentação, a limpeza da residência,
cuidados pessoais e higiene.
Portadora de Diabetes crônica e com idade avançada, a paciente sofre com a
incapacidade de autocuidado, o que ocasionou a sua hospitalização para evitar o
a gravament o da doença.
A paciente deu entrada no Hospital por encaminhamento de clínicas conveniadas
ao SUS, chegou ao Hospital com feridas purulentas com secreção e devido à gravidade e
seu quadro cl í nico foi necessári a a internação, sendo verificado q u e a paciente já havia
feito uma amputação de seu dedo do pé em outro momento.
Foi avaliado pelo médico que solicitou a necessidade da amputação de outro dedo
do pé, devido à gravidade da infecção e o risco de contaminação.  Durante o perío
do do i nter namento foi ve rificado que a paciente anteriormente
morava com um de seus filhos que havia falecido há algum tempo, na busca do Serviço
Social por outros filhos ou familiares foi informado que ela possuía também uma filha
moradora em outra cidad e e estado.
O dep
artame nto de Serviço Social entrou em contato com a filha dessa paciente
idosa e a mesma não demonstrou interesse em assumir os cuidados com mãe, relatou
que nunca teve contato com a mesma e que não teria condições financeiras ou espaço
fí sico para r ecebê la, nã o podendo oferecer qualidade de vida com os cuidados
necessários que o estado de saúde da paciente exige, sugerindo o seu abrigamento em
uma instituição de longa permanência.
Ela continuou internada aguardando até sair a autorização
para a ampu tação de
out ro dedo no Hospital em outro município de porte maior.
Diante de toda essa análise da situação da paciente
foi necessário comunicar à
promotoria e solicita r medidas de providências, aguardando a autorização para o
abrigamento em uma instituiçã o de l onga p ermanência.
Durante o acompanhamento
foi necessário que sua filha comparecesse para
acompanhar sua mãe durante a cirurgia, pois não poderia ser realizada sem o
acompanhamento de uma pessoa responsável para assinar por ela, devido a s ua idade e
estad o de s aúde . A filha permaneceu no hospital até a realização da cirurgia e o parecer
da promotoria sobre o abrigamento de sua mãe em uma Instituição de longa
permanência, ainda popularmente conhecida como Asilo.
A equipe da Política Municip
a l de Assist ênci a Soci al tentou realizar um trabalho de
sensibilização entre essa mãe idosa e sua filha na tentativa de construção/reconstrução
dos vínculos familiares, porém, não houve êxito, visto que o histórico dessa família foi de
rompimento desses v ín culos há mu ito s anos e que até mesmo a filha não reconhecia o
papel de mãe nessa idosa e sim em outra mulher que a cuidou desde criança. A mãe e paciente idosa em seu estado consciente também afirmou não haver a
possibilidade de algum vínculo co m a filha, não d emonstrand o qualquer afeto construído
ao longo de sua história, concordou que sua filha retornasse para sua cidade.
Dessa maneira a filha também não demonstrou interesse em tentar algum vínculo
familiar com a mãe, autorizou o abrigamento da ido sa em uma I n stituição de longa
permanência.
Diante de todos os esforços e tentativa de construir ou reconstruir o vínculo familiar
entre mãe e filha e constatando a impossibilidade para ambas as partes, falta de espaço
físico e financeiro e a imposs ibili dade de a p ac iente reto rnar a sua residência não
podendo ser garantido nenhuma qualidade de vida, a Assistência Social realizou o
relatório e repassou a promotoria, fez se necessário também a orientação dos direitos da
família e da paciente.

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Publicado

2023-06-05