O SAMBA COMO ARTEFATO CULTURAL DE REITERAÇÃO E DE RESISTÊNCIA DO/AO PRECONCEITO EM “LADO A LADO”
Resumo
A televisão brasileira tem sido espaço privilegiado para adaptações de histórias que saem dos livros de História do Brasil e vão para as residências em forma de telenovelas. Nesse sentido, esta pesquisa consiste num estudo de caso qualitativo da novela Lado a Lado, produzida pela Rede Globo de Televisão e ambientada no Brasil dos anos 1903 a 1910, que se debruça sobre o espetáculo de samba apresentado por Isabel no Teatro Alheira, na segunda fase da novela. O objetivo é analisar como a trama aborda o Brasil multicultural, conferindo ao samba o status de resistência dos negros recém-libertos no início do século XX e como estratégia de reiteração do preconceito em relação ao “Outro”, o não branco. Para tanto, as análises são orientadas pelo arcabouço teórico dos estudos pós-coloniais. Os resultados revelam que nas cenas coexistem dois discursos acerca do samba apresentado por Isabel: o discurso do colonialismo que deslegitima e arranca o status de arte do nascente samba e o discurso da valorização da cultura mestiça, como um atributo positivo da cultura brasileira, reverberando o multiculturalismo.
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