O BAIXO DESEMPENHO NO TIMED UP AND GO TEST (TUG) POSSUI ASSOCIAÇÃO COM A PRESENÇA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSOS?

Autores

  • Ibsen Raykar Gomes Ribeiro
  • José Pedro Da Graça
  • Priscila Almeida Inhoti

Resumo

A incontinência urinária (IU) é definida como a queixa de qualquer perda
involuntária de urina. É uma condição frequente na população em geral, acometendo
cerca de 19% das mulheres e 10% dos homens com mais de 60 anos. Sua ocorrência
aumenta com o avançar da idade diante das modificações funcionais e estruturais no
sistema urinário (Santos e Santos 2009; Haylen, et al., 2010). Tem sido subdiagnosticada
devido ao constrangimento ou porque grande parte dos idosos considera a perda urinária
como um processo natural do envelhecimento (Higa et al., 2008). Os fatores associados
à IU entre os idosos merecem destaque, tais como: pertencer ao sexo feminino, número
de gestações e partos vaginais, tabagismo, obesidade, menopausa, restrição de
mobilidade que dificulte o acesso ao banheiro, alterações cognitivas, além de cirurgias e
medicações que podem provocar redução da atividade muscular, da força muscular e da
contração da Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), ou ainda gerar danos nervosos
(OFFERMANS et al., 2009).
Esse processo resulta em inúmeras alterações fisiológicas dos diversos sistemas
do corpo humano, inclusive o musculoesquelético, que sofre várias alterações, entre
outras na diminuição das fibras musculares, da massa e da força muscular, limitando o
desempenho físico e motor dos indivíduos com o seu meio (FECHINE, et al., 2012).
Pode-se considerar que os indivíduos com IU apresentam outras alterações
musculoesqueléticas associadas, o que pode aumentar o risco de quedas nesta
população, que podem ser definidas como o deslocamento não intencional do corpo para
um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção de tempo hábil,
determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade (PEREIRA,
et al., 2001). Autores afirmam que idosos que caem, mesmo sem lesões, muitas vezes,
reduzem suas atividades, o que leva ainda mais ao declínio funcional, fraqueza muscular,
deficiência e um maior risco de novas quedas (BATCHELOR, et al., 2013).
Além disso, pesquisadores constataram que a IU está associada com o aumento
(1,45 vezes) do número de quedas (CHIARELLI, et al., 2009). Diversos fatores podem
estar relacionados à associação de IU com quedas: a fraqueza da MAP, que contribui
para o desequilíbrio corporal; o aumento da frequência da diurese que associado a fatores
ambientais inadequados (como iluminação insuficiente, tapetes, obstáculos) e
ao declínio do sistema músculo esquelético no envelhecimento, podem favorecer a
ocorrência de quedas, bem como uma consequente institucionalização. Dessa forma,
esses fatores prejudicam a independência e aceleram o declínio funcional e cognitivo,
proporcionando, assim, que a IU constitua um fator de risco para quedas em idosos
(HASEGAWA, et al., 2014).
O conhecimento atual indica que a utilização de instrumentos de avaliação do risco
de queda é a chave para a triagem, assim como para a identificação dos fatores de risco.
(THRANE, et al., 2007).
A partir destes fatores, recomenda-se uma avaliação do risco individual que integre
os fatores de risco diabetes, incontinência urinária, patologia cardíaca, doença reumática,
depressão, doença neurológica, problemas cognitivos e problemas de visão, fatores que
estão com frequência associados a um aumento do risco de queda. De igual forma,
recomenda a utilização de testes diagnósticos como a avaliação da mobilidade, aptidão
física e funcional, em que o teste mais referido é Timed Get Up and Go Test. (THRANE,
et al., 2007).
Perante estes acontecimentos, o Timed Up and Go Test (TUG) tem o objetivo de
analisar a mobilidade e o equilíbrio funcional sobretudo entre adultos mais velhos
(Podsiadlo e Richardson, 1991). O TUG é um teste de simples execução, sem falar no
custo e na eficácia de avaliação da mobilidade e do equilíbrio funcional, além disso, vem
sendo bastante procurado por se associar ao risco de quedas, o medo de cair e sua
funcionalidade (ALEXANDRE, et al., 2012).
O TUG consiste na ação do indivíduo de levantar de uma cadeira e se deslocar
em uma distância de 3 metros à frente, virar-se, deambular de volta e sentar na cadeira
novamente (PODSIADLO e RICHARDSON, 1991).
O presente estudo teve como objetivo verificar a existência de correlação no baixo
desempenho do teste TUG com a presença de incontinência urinária em idosos.

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Publicado

2024-12-02

Edição

Seção

Artigos